TEMPO LITÚRGICO

TEMPO LITÚRGICO

POSTADO EM 18 de Janeiro de 2017

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Para caracterizar a normalidade da vida, a rotina dos dias que se repetem, a Igreja Católica usa a expressão “tempo litúrgico”.  Isso é aplicado àquilo que caracteriza a temática das celebrações, especialmente da Missa. Vale a pena uma breve reflexão sobre esse dado educativo, pedagógico. O ano de celebrações da Igreja inclui os tempos do Advento (preparação para as festas de Natal), do Natal, da Quaresma, da Páscoa, Pentecostes, festas da Mãe de Deus e dos Santos. O restante do calendário é chamado “tempo comum”. Esse é o tempo mais extenso e toma sua raiz daquilo que é o nosso quotidiano. A maior parte do nosso tempo é construída pelos afazeres de todo dia. Chamemos a isso, rotina. O que deve ser vivida por conta das profissões, da vida em família, etc. Os outros tempos constituem algo comparado a festas ou momentos de sofrimento, momentos de alegria, esperança, perplexidade, etc. Vamos olhar isso mais de perto. O Advento é um tempo de preparação para celebrar o nascimento de Jesus Cristo. Caracterizado pela cor roxa e rósea. O roxo é uma cor bonita e triste. E tem o sentido do agridoce: doce porque se sabe que o Senhor virá, amargo porque ele ainda não chegou. Posso comparar isso com  o sentir de uma criança que está alegre porque sabe que vai ganhar um presente; ansiosa e tristonha porque o presente ainda não chegou! A mesma cor marca a Quaresma. Esta é tempo de preparação para a Páscoa, a vitória de Cristo sobre a morte, a sua Ressurreição. Só que para chegar lá será necessário recordar o caminho da cruz. Alegria pela Vida, tristeza pela dor! Natal, Páscoa, festas de Maria, e dos santos são iluminadas pela cor branca. Na Bíblia essa cor significa a vitória, a alegria. Pentecostes e festas de mártires são tingidas pela cor vermelha. O fogo do Espírito de Deus e a cor do sangue derramado. Antigamente se usava a cor preta para as missas e outras cerimônias que lembrassem os mortos. Há ainda a cor dourada que pode substituir a cor branca. Fica claro que o aparato das denominações das etapas do ano e a utilização das cores é para que isso seja um recurso a mais para auxiliar a celebração dos mistérios da Fé. De modo algum é um modismo ou ocasião para invencionices. Nós somos seres sensíveis. Aprendemos pelos nossos sentidos. Os sinais que emitimos e realizamos devem expressar o que queremos viver, o que sentimos. A Liturgia da Igreja quer ser a expressão verdadeira daquilo que se professa. A celebração dos sacramentos e dos outros atos dever ser a vivência simbólica da realidade que é muito mais do que se possa fazer. Nós podemos correr o risco de desprezar o sensível.  Podemos tomar o rumo da racionalização que exclua qualquer realidade afetiva, emocional. Também podemos enveredar pelo sentimentalismo que se esvazia nos arrepios. Razão e afeto são dois pilares de atos equilibrados em nossa vida. Na Liturgia da Igreja também. O exagero de qualquer um dos dados leva à mistificação ou ao esvaziamento. Vale a pena imergir naquilo que nos é proposto. Celebraremos muito melhor.


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