NOSSA PÁSCOA NA PÁSCOA DE JESUS - Mensagem de Páscoa de Dom Sérgio Aparecido Colombo
NOSSA PÁSCOA NA PÁSCOA DE JESUS
“Antes da festa da Páscoa, Jesus sabia que tinha chegado a sua hora. A hora de passar deste mundo para o Pai. Ele que tinha amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo13,1).
Irmãos e Irmãs!
A Páscoa de Jesus foi o ponto alto de sua vida. Ele, que veio como enviado do Pai, para realizar o projeto do Reino de Justiça e de paz, levou-o até às últimas consequências – a Cruz. Na Semana Santa, que tem como ápice o Tríduo Pascal, os cristãos lembram de modo notável a MEMÓRIA desse mistério de amor que liberta e salva, revelando o verdadeiro sentido da vida: DOAR-SE.
Assim como o povo de Israel experimentou a presença salvífica de Deus, quando da libertação do Egito, na passagem pelo Mar Vermelho, na conquista da Terra Prometida e em tantas outras situações, também nós, podemos sentir sua presença que salva, quando experimentamos o verdadeiro desenvolvimento, que é, para todos e cada um, a PASSAGEM de condições menos humanas para condições mais humanas.
O sofrimento presente/atual pelo qual passa a humanidade, com as sofisticadas formas de terrorismo, exclusão, preconceitos, intolerância, dominação, desastres naturais, doenças e morte, além da violência, que entre nós está em alta, e os recentes conflitos entre Rússia e Ucrânia e em outras partes, revela a atualidade da Cruz de Cristo. Sua Paixão e morte continuam na paixão e morte do povo, pois ainda não aprendemos com algumas lições deixadas por Jesus. A lição do lava pés: “Eu lhes dei o exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz” (Jo 13,15); a lição do perdão: “Pai perdoa-lhes! Eles não sabem o que estão fazendo!” (Lc 23,34) e a lição da vida nova que brota de sua vitória sobre a morte: “Não estava o nosso coração ardendo quando Ele nos falava pelo caminho, e nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 32).
A Campanha da Fraternidade deste ano, com o tema: Fraternidade e Fome, constitui-se num apelo para perceber a presença do Senhor Ressuscitado em nosso meio, clamando por dignidade, oportunidade e respeito entre todos. Que o nosso propósito de segui-lo, nos ensine antes de tudo a acolher e a humanizar a vida, pois a dor e a morte não podem ter a última palavra. O testemunho cristão, seja sempre um alento: caminhar na certeza de que o RESSUSCITADO VIVE: “... Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: Eu vi o Senhor.” (Jo 20,18).
A Semana Santa, que não é um espetáculo, não termina com a procissão da Sexta Feira, como um acontecimento a mais em nossa vida de fé, nem tampouco com a procissão da Ressurreição no Domingo de madrugada. Na morte de Jesus, vivemos o acontecimento decisivo – a salvação da humanidade. O que conta é o compromisso e a alegria que brotam da vitória de Jesus sobre as forças da morte, renovando em nós, que desde já participamos desse mistério de Jesus crucificado e ressuscitado, a esperança.
Retomemos o caminho, sensibilizando-nos com os crucificados que estão ao nosso redor, ajudando-os a manter viva essa mesma esperança que toma conta de todos nós. Aos queridos irmãos bragantinos como a todos os nossos diocesanos, uma FELIZ PÁSCOA.
† Sérgio
Bispo Diocesano