Dom José Maurício da Rocha (in memoriam)
Dom José Maurício da Rocha (1885 - 1969)
Foi um sacerdote católico brasileiro, terceiro bispo de Corumbá e primeiro bispo de Bragança Paulista. Era irmão do pintor e jornalista Virgílio Mauricio da Rocha, da educadora Cantanila Maurício da Rocha, do advogado Carlos Mauricio da Rocha, de Oscar Mauricio da Rocha e do matemático e banqueiro Miguel Mauricio da Rocha e tio do renomado engenheiro Antonio Maurício da Rocha.
Realizou seus primeiros estudos na sua terra natal e depois ingressou no Seminário deOlinda.
Presbiterado
Foi ordenado sacerdote, em 29 de junho de 1908, na Catedral de Maceió, com dispensa, por ter apenas vinte e três anos de idade.
Antes do episcopado
Imediatamente, foi nomeado professor do Seminário Menor de Maceió, e secretário da Cúria Diocesana. Devido à sua inteligência ímpar, seu zelo e destaque em meio ao clero de sua época, o arcebispo de São Salvador da Bahia concedeu-lhe, em 1911, o título deCônego Honorário da Sé Primacial. Em todas as suas atividades como presbítero continuou a destacar-se, sendo que em 1913, o Papa São Pio X criou-lhe Monsenhor Camareiro Secreto. Durante todo o período de seu presbiterado, produziu uma imensa quantidade de estudos, pesquisas e publicações.
Episcopado
A 10 de maio de 1919, foi nomeado, pelo Papa Bento XV, bispo diocesano de Corumbá. A 20 de julho do mesmo ano, foi sagrado bispo, na catedral de Maceió, tendo por sagrante principal Dom Jerônimo Tomé da Silva, arcebispo primaz do Brasil, e como consagrantes: Dom Manuel Antônio de Oliveira Lopes, arcebispo de Maceió, e Dom Jonas de Araújo Batinga, bispo de Penedo.
Atividades
Sagrado bispo, tomou posse de sua diocese, então muito isolada, privada de patrimônio e com clero muito pouco numeroso. Aí permaneceu por oito anos, dando grande impulso ao desenvolvimento local, nunca descuidando do zelo espiritual pelas almas. Empreendeu penosas viagens pelo sertão, em lombo de burro, para realizar visitas às distantes paróquias e comunidades. A 4 de fevereiro de 1927 foi transferido para a Sé de Bragança Paulista, criada a 24 de julho de 1925 e ainda não provida de bispo. A 19 de junho do mesmo ano tomou posse, fazendo sua entrada solene na cidade episcopal e na catedral.
Governou com grande zelo a diocese, consolidando seu patrimônio, dedicando-se incansavelmente à formação cultural e religiosa do clero, à instrução dos fiéis, e essencialmente à salvação das almas. Pode-se dizer que foi um verdadeiro evangelizador. Sua formação sólida, sua erudição ímpar, o brilho de sua palavra, a magia de sua pena e sua inteligência privilegiada fez com que produzisse um sem número de consistentes artigos, profundas Cartas Pastorais, discursos e homilias inesquecíveis. Contudo, o que mais marcou seu caráter foi a defesa incondicional da fé e a preocupação com a dissolução dos costumes. Foi monarquista convicto, mas manteve bom relacionamento com as autoridades republicanas. Dom José Maurício foi personalidade influente na vida política e social do Brasil, durante toda a primeira metade do século XX. Gozou ele de tanto prestígio e influência que quando alguém não conseguia seus objetivos com algum político ou empresário, era orientado com o famoso jargão: "Vá se queixar ao Bispo de Bragança". Certamente, se ele se interessasse pela causa ela teria sucesso. Entre os vários políticos e homens públicos com quem se correspondia, destaca-se o alagoano General Góes Monteiro, seu amigo desde a infância. Influenciou também o governador de São Paulo Adhemar de Barros na concepção do projeto de um "neotomismo escolástico" para o Brasil.
Após quarenta e dois anos à frente do governo da Diocese de Bragança Paulista, faleceu a 24 de novembro de 1969 , no Palácio Episcopal de São José, em Bragança Paulista. O seu corpo embalsamado foi revestido de paramentos róseos, usados nos domingos ‘’Gaudete’’ e ‘’Lætare’’, em sinal de alegria, sendo exposto à visitação de uma multidão de pessoas, não só da diocese, mas também de muitos outros lugares do Estado e do País. Estiveram presentes muitas autoridades eclesiásticas, dentre elas o Cardeal Agnelo Rossi, então arcebispo de São Paulo; Dom Humberto Mozzoni, então Núncio Apostólico no Brasil, inúmeros arcebispos, bispos, sacerdotes e seminaristas. Também autoridades civis e militares se fizeram presentes, destacando-se o ex-presidente Jânio Quadros, o general Milton Tavares e o Ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva. Suas exéquias foram pontificadas, em latim, pelo então arcebispo de Campinas, Dom Antônio Maria Alves de Siqueira, na Sé Catedral de Bragança Paulista, onde foi sepultado na cripta.
Posse | 19 de Junho de 1927 |
Posse fim | 24 de Novembro de 1969 |
Ordenação Episcopal | 20 de Julho de 1919 |
Ordenação Sacerdotal | 29 de Junho de 1908 |
Nascimento | 18 de Junho de 1885 |