Homilia Ordenação Presbiteral do Diácono Diogo Rodrigues dos Santos Albuquerque

Homilia Ordenação Presbiteral do Diácono Diogo Rodrigues dos Santos Albuquerque

POSTADO EM 05 de Julho de 2017

Homilia

Ordenação Presbiteral do Diácono

Diogo Rodrigues dos Santos Albuquerque

01 de julho de 2017

Vigília da Solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos – Dia do Papa

    Irmãos e Irmãs!

    Com alegria nos reunimos para celebrar a Eucaristia na Vigília da Solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos, considerados pela Tradição, Príncipes dos Apóstolos e mestres na ação evangelizadora. No transcorrer desta celebração, vamos elevar à dignidade sacerdotal, no grau de presbítero, este nosso irmão Diácono Diogo, configurando-o a Jesus Cristo, único sumo sacerdote do Novo Testamento. Nele, não nos esqueçamos, todo o povo Santo de Deus foi constituído um povo sacerdotal. Este nosso irmão, como os primeiros discípulos, foi chamado para continuar a presença e a missão de Jesus: mestre, sacerdote e pastor.

    Meu caro irmão diácono Diogo: Como mestre da Palavra, anuncie com convicção o Evangelho da alegria – Jesus Cristo “Caminho, verdade e vida”, sendo o primeiro a viver aquilo que ensina, lembrando-se que a Palavra é do Senhor. E, de quem a acolhe, Ele exige sempre fidelidade. Como sacerdote, presida com sobriedade o culto, especialmente o sacrifício do Senhor na Eucaristia. Faça-o com a dignidade própria do seu estado. Sua vida e a vida do povo sejam oferecidas no altar, na memória do amor que chegou as últimas consequências, amor até a cruz.

    Acolha com alegria no sacramento do Batismo, os novos membros do Povo de Deus e da Igreja; no sacramento da Penitência perdoe os pecadores com os mesmos sentimentos de Jesus. Não se canse de ouvi-los, e não economize a misericórdia. Cultive sempre a capacidade de perdão que o Senhor Jesus teve. Ele não veio para condenar, mas para salvar. E como diz o Papa Francisco, se tiver escrúpulo por ser demasiado perdoador, lembre-se do sacerdote que diante do tabernáculo dizia: perdoa-me, Senhor, se perdoei demasiado. Mas foste tu que me deste o mau exemplo.

    E continua o Papa Francisco: “sofro tanto quando encontro pessoas que já não vão se confessar, porque foram maltratadas, repreendidas. Sentiram que lhes fecharam as portas da Igreja na cara. Por favor, não faça isso: misericórdia, misericórdia! O Bom Pastor entra pela porta e a porta da misericórdia são as chagas do Senhor. Se entrares no ministério pelas chagas do Senhor, então serás um bom pastor”; abençoe os que procuram o sacramento do Matrimônio lembrando que o Matrimônio é o sinal da Aliança amorosa de Deus com o seu povo, por isso, indissolúvel; detenha-se com os enfermos dando-lhes o alívio do Óleo Santo que os prepara à vida eterna.

    Como pastor cultive a sensibilidade, a generosidade. Permita que as pessoas se aproximem de você. Por sua vez, não tenha medo de ir ao encontro delas como fazia Jesus. Tenha compaixão dos que sofrem, estão tristes, abandonados, cansados, abatidos e sem esperança. Agindo assim, estarás realizando a obra sacerdotal por excelência e agradando a Deus.

    Consideremos agora a vida e o testemunho daqueles que são também considerados as “colunas da Igreja” e que solenemente celebramos. São eles que nos ajudam a compreender na fé, a unidade na missão evangelizadora da Igreja, ontem como hoje.

    No evangelho há pouco proclamado, nos deparamos com a fragilidade de Pedro, incapaz de corresponder com total entrega da vida ao amor pedido por Jesus. Mesmo assim ele confessa amá-lo, e recebe d’Ele a missão de cuidar das ovelhas, dos membros da comunidade formada por Jesus. As ovelhas pertencem a Jesus. E Pedro desempenhará bem sua missão, se tiver consciência da pertença das ovelhas a Ele. Pedro tem presente que o seu Senhor sabe tudo, sabe que ele o traiu, não foi fiel o quanto deveria ser. Difícil para ele amar sem reservas e incondicionalmente.

    Mas é assim que o Senhor o quer: consciente de sua tristeza, infidelidade e da sua fraqueza. Pedro com certeza ama Jesus com seu pobre amor. Sabe-se indigno do seu Senhor. Mas é assim que o Senhor o quer. Quer que lhe entregue a sua pobreza. E Pedro compreendeu que a Jesus bastava o seu pobre amor, o único de que era capaz. É assim que Jesus quer Pedro, confia nele, confirma sobre ele o chamado primeiro. É a sua pobreza, seu sofrimento que dão a Jesus a esperança de que ele o seguirá até o fim. Até dar a vida por Ele (cf. Jo 21,19). Pedro cresceu no caminho de Jesus em meio às provações, aprendendo e reconhecendo ser nada diante de Deus, “sabendo que só o amor do Senhor faria dele o protagonista de uma humilde e belíssima história de amor, fiel até o fim”.

    Quanto a Paulo afirmamos: homem tocado por Deus, com uma experiência extraordinária de encontro com Aquele que reclama: “... Saulo, Saulo, por que você me persegue...” (At 9, 4). Iniciativa do alto, gratuidade do dom divino que triunfa sobre o mal: o impossível para nós é possível para Deus, isto é, a força de amar, da qual somos incapazes e que nos é dada por ele, oferecida a todo aquele que abre ao Senhor as portas do coração. Para quem acolhe esse anúncio com fé, nada é mais a mesma coisa. A vida nova começa no tempo e continua pela eternidade.

    Paulo proclama esta mensagem não só com as palavras e com os escritos, mas também com sua existência que é todo um Evangelho vivo: “Eu vivo, mas não eu: é Cristo que vive em mim. Minha vida atual na carne eu a vivo na fé, crendo no Filho de Deus, que me amou e se entregou por mim” (Gl 2,20). Falar do Apóstolo Paulo, estar com ele, frequentar a sua escola, significa aprender a viver de Cristo, ser com ele uma única coisa: seu discípulo, imitador seu, servo e apóstolo.

    Meu caro irmão diácono Diogo: com Pedro seu ministério seja vivido na gratuidade, na pobreza a ser entregue cada dia àquele que o chamou. Na pobreza e na fidelidade você será capaz de ir até o fim. Como Paulo você viva cada dia como “prisioneiro de Cristo” (Ef 3,1), o “servo de Cristo Jesus, apóstolo por vocação, (presbítero por vocação) escolhido para anunciar o Evangelho de Deus” (Rm 1,1).

    E como Maria, cultive a espiritualidade do abandono e da entrega confiante da vida e do ministério, nas mãos de Deus.

    Diogo: Aquele que doutrina, ensina. Seu ministério manifeste sempre fidelidade ao Evangelho e a Doutrina da Igreja. Seu ensinamento, mais do que por palavras, seja confirmado por suas obras.

+ Sérgio

Bispo Diocesano

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