Evangelizar: anunciar a misericórdia de Deus
Irmãos e irmãs!
O mês de outubro com o dia mundial das missões, celebrado no quartodomingo, põe em evidência mais uma vez a razão de ser da Igreja: “fazer com que todosos povos se tornem discípulos” (Mt 28,19).
O discípulo é aquele que, a partir do encontro pessoal com Jesus, seencanta por ele e, ao seu chamado, se põe a caminho com ele. Procura fazer de sua vidaum testemunho vivo da pessoa, palavras e gestos do seu Mestre e Senhor e com ele seempenha para que o Reino de Deus chegue a toda a humanidade. Não se trata deempenho pessoal, mas de graça, dom e alegria de poder percorrer esse caminho,comprometido com a justiça e a solidariedade, buscando superar toda forma demarginalização e exclusão.
O Papa Francisco propõe à oração e à reflexão de toda a Igreja otestemunho da misericórdia que, mais que justiça e solidariedade, apresenta a ternura e acompaixão de Deus à família humana inteira. São gestos que devem começar em nós, eque nos levam a sair do lugar, comunidade onde estamos, para acolhermos e servirmosos que caminham conosco, com especial atenção aos pequenos, pobres e esquecidos,afinal, o desejo dele é que todos experimentem seu amor e sua bondade.
Em sua solicitude pastoral para com a Igreja e a humanidade, o Papalembra que, desde o começo, homens e mulheres de todas as idades e condições deramtestemunho do amor misericordioso de Deus, com especial participação das mulheres,leigas e consagradas, como também de numerosas famílias que hoje são novamenteconvocadas para retomarem com ardor e empenho o mesmo caminho, “cuidando davida com uma acrescida atenção centrada mais nas pessoas do que nas estruturas efazendo valer todos os recursos humanos e espirituais para construir harmonia,relacionamento, paz, solidariedade, diálogo, cooperação e fraternidade, tanto no setordas relações interpessoais como na área mais ampla da vida social e cultural e, de modoparticular no cuidado dos pobres” (mensagem do Papa Francisco para o dia mundial dasmissões de 2016).
Com o Papa cremos que a missão que impulsiona e qualifica a Igrejareside no cuidado da vida como dom dele e que para ele se orienta. É preciso contarcom o tempo dele, tempo de Deus, nesse ardoroso e empenhativo trabalho, o que exigepaciência ativa, ou seja, olhar com o olhar dele e não desanimar, sabendo que a obra édele.
Atentos às situações desafiadoras do tempo presente e unidos ao clamordo Papa Francisco, pedimos a graça de nos deixarmos motivar pelo mesmo amor queimpeliu tantos irmãos e irmãs que compreenderam antes de nós o que seja a “saídamissionária”, que tornou Jesus acolhido, conhecido, amado e testemunhado, e nele ecom ele ofereceram também suas vidas, nos motivando hoje a ir como eles ao encontrodos que mais precisam. Toda a Igreja, cada comunidade, cada cristão somos chamados a“sair da própria comodidade e ter a coragem de alcançar todas as periferias queprecisam da luz do Evangelho” ( Evangelii Gaudium, n. 20).
Encorajamos nossa Igreja Particular com seus presbíteros, diáconos eagentes de pastoral para que se apresente sempre como Igreja missionária, exercendoem toda a sua ação evangelizadora a misericórdia de Deus. Nossas paróquias ecomunidades sejam formadas para estarem em permanente estado de missão e que todosse sintam protagonistas daquele que é o “Rosto da Misericórdia”, Jesus, que continua achamá-los para estarem com ele, comprometidos com a sua obra.
A oração e a oferta missionárias no revigorem sempre mais afim de queo evangelho chegue aos confins do mundo.
A mãe de Jesus, mãe da misericórdia, nos ensine a gerar e guardar apresença viva e misteriosa do Senhor ressuscitado que renova todas as coisas.
+ Sérgio Bispo Diocesano
