Fátima e a Senhora tão bonita!

Fátima e a Senhora tão bonita!

POSTADO EM 12 de Maio de 2017

Por Pe. José Antonio Boareto

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Era o dia 13 de maio de 1917. Lúcia, Francisco e Jacinta após a Santa Missa na igreja de Aljustrel, um pequeno vilarejo de Fátima, foram pastorear o rebanho de ovelhas nas terras do pai de Lúcia, na cova da Iria.

No céu um clarão luminoso e sereno se abriu sobre uma azinheira de um metro e pouco de altura e apareceu-lhes uma senhora. Como diz a irmã Lúcia: “uma senhora vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol ardente”.

Continua ela a descrever a senhora que vê: “As mãos, trazia-as juntas em oração, apoiadas no peito, e da direita pendia um lindo rosário de contas brilhantes como pérolas, terminando por uma cruzinha de vivíssima luz prateada. Como único adereço, um fino colar de ouro-luz, pendente sobre o peito, e rematado, quase à cintura, por uma pequena esfera do mesmo metal”.

Nesta primeira aparição, Nossa Senhora pede aos três pastorinhos que venham seis meses seguidos, no dia 13, à mesma hora. E diz que ainda viria uma sétima vez. Diz Nossa Senhora: “Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido, e de súplica pela conversão dos pecadores?”

As crianças disseram “Sim!”. Continua a narração de Lúcia: “Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto!. Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus...etc), que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que nos penetrava no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente do que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo, também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente: Ó Santíssima Trindade, eu vos Adoro. Meu Deus, meu Deus, eu vos amo no Santíssimo Sacramento. Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou: Rezem o Terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra. E Nossa Senhora se elevou serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer no céu.

A aparição de Nossa Senhora com sua mensagem fez com que as crianças experimentassem uma deliciosa paz e alegria, leveza e liberdade. Tudo foi diferente depois da primeira aparição, em meio ao silêncio que estavam sobre o ocorrido, de vez em quando Jacinta exclamava: - Ai! Que Senhora tão bonita! Ai! Que Senhora tão bonita!

Que Senhora tão bonita apareceu em Fátima. Rezamos na Salve Rainha ela é Mãe de Misericórdia que ama a todos os seus filhos e filhas e por um mistério que não explicamos, mas compreendemos pela fé, podemos dizer, ela se compadece deles e delas.

As aparições são modos próprios de Nossa Senhora entrar em comunicação com seus filhos e filhas. Ela sempre está envolta de luz, pois ela é a Mãe de Deus, Sempre Virgem Maria, Assunta ao Céu e Imaculada Conceição.

Maria de Nazaré foi uma mulher que Deus criou para nos dar como Mãe. Essa menina-moça aos quatorze anos recebeu uma visita inesperada de um anjo que lhe trouxe uma notícia de alegria tamanha.

Diante da notícia, num primeiro momento, coloca-se em reflexão, mas não demora a dizer seu SIM a Deus e ao seu plano de Amor. Deus ama o mundo e queria salvá-lo e precisava dela para fazer isto acontecer.

Uma adolescente de fé, corajosa, sua resposta foi ainda mais grandiosa, pois ela se colocou pequena diante de Deus que realizava sobre ela maravilha tão grande. Dançou e cantou de alegria ao Deus de Israel a quem era fiel. No seu canto profetizou sua fé em Deus que fica ao lado dos pobres.

Maria foi a primeira cristã, seguiu os passos de seu Filho, e de uma forma muito especial concedida por Deus teve a graça de educá-lo na mesma fé e Ele a graça de viver neste seio tão especial.

No momento mais difícil de sua vida, como narra o evangelista São João, estando junto do Filho à Cruz, ela é dada a comunidade e a toda Igreja por mãe. E como Mãe da Igreja é ela quem irá ser àquela a motivar nos discípulos e discípulas a fé, esperança e acima de tudo a caridade, pois, em Pentecostes, como Jesus havia prometido, o Espírito Santo em forma de línguas de fogo sobre eles desce e lá está Maria como testemunha de que o Filho ressuscitou e vive entre nós e o seu Espírito nos conduz.

Espírito Santo de Amor, Amor de Deus que envolveu Maria e a cada um e uma que se abre a Deus. Depois com o passar do tempo, ela será reconhecida e afirmada em alguns dogmas que demonstram acima de tudo a “cheia de graça” que é essa mulher.

Ela humana como nós, nascida pecadora, mas nela não se encontrou pecado, porque, viveu a sua fé numa comunhão, a mais perfeita que algum ser humano poderia viver, com Deus, isto é, ninguém no mundo, humanamente falando, amou mais que Maria. Ninguém humanamente se aproximou em santidade de Jesus Cristo como ela.

Por isso a Igreja declara que foi assunta, foi levada por anjos ao Céu, ela é a Imaculada (sem mácula, sem mancha) Conceição (isto é durante sua concepção ela é virgem e continua virgem (segundo dogma mariano). Ela por estar nos céus e viva, e como tempo no céu é diferente do tempo da terra, ela pode se comunicar com os filhos e filhas.

Maria é a Mãe que tem misericórdia de seus filhos e filhas. A aparição em Fátima é um exemplo deste cuidado. Suas aparições são envoltas por um mistério mas também revelação, pois quando buscamos compreender particularidades em cada uma delas, percebemos que possuem um sentido profundo “evangélico”.

Com isto estamos dizendo que as aparições são verdadeiras ocasiões de manifestação da boa-nova que Jesus veio trazer. A Mãe traz a alegria do Evangelho que é o próprio Filho Jesus. Ela está sempre envolta em luz que é a luz de Deus nela, porque toda de Deus e também toda da gente, por isso, abre os seus braços e deixa que essa luz irradie sobre nós.

Ela aparece para os pobres, são os preferidos de Jesus e do Reino, e sempre se manifesta no modo próprio da cultura. A Mãe tem o rosto de seus filhos e filhas. Por isso em Fátima aparece como uma senhora camponesa portuguesa. O encontro com ela traz uma atmosfera de paz e alegria, leveza e liberdade.

A luz é tanta, que nessa aparição em Fátima, ao fazer o chamado à missão aos pastorinhos, onde informa se estão dispostos a sofrer por causa de Cristo, eles não temem dizer SIM, pois como ela mesma diz “a graça de Deus será o vosso conforto!”.

A presença da Mãe encoraja, devolve a esperança e faz o coração arder com o desejo de adorar a Deus, os quais estando diante dela, caem de joelhos e repetem intimimante: “Santíssima Trindade, eu vos adoro! Meu Deus, meu Deus, eu vos amo no Santíssimo Sacramento”. E também de responder ao desejo do seu coração amantíssimo, isto é, que eles anunciam ao mundo que Jesus veio para salvar e não condenar o mundo.

Sabemos que em outras aparições ela vai até conferir alguns segredos a Lúcia, e que hoje já foram revelados. E que tememos alguns castigos dos quais ela anunciou, mas não devemos temer, pois sua aparição não é para trazer as pessoas para seu Filho que é a Luz por meio do medo.

Ela é Mãe e o que ela quer é que nunca percamos de vista e dos nossos corações essa imagem a ser contemplada como assim aprendemos dos pastorinhos de como ela é uma senhora tão bonita.

Ela é a Mãe que compadece dos seus filhos e filhas e nos educa para sermos irmãos e irmãs convidando-nos a rezar o terço todos os dias em prol da paz e do fim da guerra. Intensifiquemos nossa vida de oração. Rezemos pelos milhares de irmãos e irmãs que todos os dias estão buscando refúgio em algum país que possa ser hospedeiro. Rezemos pelos milhares de irmãos e irmãs que a cada dia passam fome e vivem em extrema miséria.

Aprendamos do pedido de Nossa Senhora de Fátima que rezar é atitude de pedir não para nós somente, acima de tudo para os outros, sobretudo, os irmãos e irmãs e onde a criação está sendo desrespeitada, sofrendo, devido à maldade humana, onde infelizmente tem faltado misericórdia, onde o afeto não se volta para os que mais precisam, onde a indiferença é maior.

Através da oração do terço mais do que apenas um recitar pai-nosso e ave-maria, nosso coração se deixe envolver pela luz que emana dessa Senhora e então nossa oração se torne nossa ação. Através do terço aprendamos a viver o Evangelho. Contemplando cada Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, através de Maria, que é a primeira cristã aprendamos a seguir melhor Jesus.

Que esta senhora tão bonita, que apareceu vestida de branco, mais brilhante que o sol, nos faça experimentar uma deliciosa paz e alegria todo dia pois também nós queremos nos deixar envolver por essa Luz que é seu Filho e Senhor Jesus.

Celebremos o centenário desta aparição exclamando com Jacinta: Ai! Que Senhora tão bonita! Ai, Que Senhora tão bonita!

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!

Pe. José Antonio Boareto

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