Dia do Padre

Dia do Padre

POSTADO EM 04 de AGOSTO de 2015

DIA DO PADRE

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No dia 4 de agosto a Igreja celebra São João Batista Maria Vianney.  Padre que exerceu sua missão sacerdotal no século 19 na cidadezinha de Ars, na França. O Papa Pio XI o colocou como padroeiro dos padres que trabalham nas paróquias. Fazendo memória dele e olhando os nossos dias, penso na expressão “vivemos uma mudança de época”. Penso que, na prática, todos percebemos, bem palpável, essa revolução que atinge a todos os campos.  O avanço da tecnologia, para ficar numa área, nos mostra isso. Até uns quarenta anos atrás para telefonar entre Brasil e Europa o caminho era um cabo submarino. O custo era proibitivo para o cidadão comum. Hoje um “smartphone” – até não muito avançado – além de transmitir voz, transmite imagem, dados, etc. Claro que tudo isso influenciou nos usos e costumes. E nos valores recebidos através do que nossos pais nos passaram. O mesmo se diga daquilo que professores nos deram nos tempos de escola. Esta introdução quer lembrar que também no caminhar da Igreja muita coisa mudou. Permanece o dado da Fé. Mas é inevitável reconhecer que estruturas, comportamentos, análise da realidade, etc. sofreram e sofrem mudanças profundas. O mesmo se pode dizer da figura do padre. Nestes últimos meses foram ordenados, para a diocese de Bragança Paulista, seis novos padres. Suas ordenações foram vividas como um grande dom de Deus no momento em que se celebram os noventa anos da criação da diocese. Olhando os seis jovens padres, que assumem cheios de entusiasmo o serviço ao Povo de Deus, é inevitável a pergunta: “Por que eles escolheram esse caminho? Qual a missão, o trabalho de um padre nos nossos dias? Ainda tem sentido essa vocação”? Eles irão somar-se aos que estão na ativa. Tem sido preocupação constante na diocese não só o número de padres. Também e principalmente a sua formação. Muitos perguntam se custa muito formar um padre. Custa. Muito. Em tempo e em recursos materiais. Em tempo: o mínimo que se exige é uma boa formação filosófica e teológica. Isso implica, pelo menos, sete anos. Precedendo a isso há um ano preparatório. Em recursos materiais: é o custo médio em ciências humanas em faculdade particular somado às despesas com moradia, saúde, transporte, etc. Os gastos, em sua maioria, são cobertos com a ajuda das comunidades. É bom que se saiba que a maior dos seminaristas vem de famílias simples, com recursos financeiros limitados. É bom lembrar que o caminho da formação vai passando por discernimento tanto de quem se apresenta para viver num seminário como por aqueles que são designados para auxiliar a decisão a ser vivida. Um trabalho exercido pelos padres e leigos que acompanham a formação. Finalmente quem chama para o ministério e quem o confere é o bispo diocesano, depois de ouvir superiores, professores, consultar pessoas das comunidades e o Conselho de Presbíteros. Ninguém é padre por conta própria e a seu bel prazer. Um dado dos nossos dias, que é importante ter em conta, é o da mudança do lugar social do padre. No passado cada família queria ter um filho advogado, médico, padre. Isso era sinal de superioridade social. De prestígio. A posição do padre era destacada. O próprio fato de usar a batina dava certo ar de mistério. De separação. Os novos tempos trouxeram a democratização da convivência. O respeito é dado a quem se coloca com competência no meio das pessoas. Há uma consciência que exige respeito a todos independentemente da profissão e vocação abraçadas. O padre será respeitado se o merecer. A vocação sacerdotal, em nossos dias, desvestiu-se das roupagens dos privilégios para vestir-se das roupas do serviço. A que se pedir ao Senhor da Messe que os ouvidos dos jovens se abram ao seu chamado. Há muito trabalho. Há necessidade de força jovem para ampliar o horizonte da esperança do nosso tempo. Os desafios de hoje são muito maiores do que no passado. A mística da vocação ao ministério ordenado implica colocar a vida no serviço e ao próximo. Não devemos esquecer que o padre é gente como a gente. Possível de virtudes e pecados. Ele é chamado do meio da família, da convivência social, para se colocar, em nome de Deus, como pastor que cuida do rebanho. Por isso o relacionamento com os padres deve ser marcado pela fraternidade e sinceridade: ele é um irmão a serviço dos irmãos. Ajudemos os nossos padres a ser a imagem do Bom Pastor em nosso meio!

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