A ESCALADA DA VIOLÊNCIA

A ESCALADA DA VIOLÊNCIA

POSTADO EM 25 de AGOSTO de 2016

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No domingo que passou a mortandade na boate de Orlando. No Rio de Janeiro o cardeal teve que se esconder atrás de um carro por conta de tiroteio entre bandidos. Aqui e ali civis e policiais mortos. Na Itália, o recrudescimento de mortes, ocasionadas por cônjuges ou namorados (as). No Mediterrâneo mortes por afogamento de gente fugindo de guerras e de países com situação política desordenada. Na Síria e em países asiáticos a falta de perspectivas para a paz. Grandes interesses de grupos econômicos e de países que desejam hegemonias. Governos corruptos que são mantidos por conta de domínios de estrangeiros mancomunados com elites locais. Assistimos, entre nós, a busca da segurança com grades, câmeras de vigilância, alarmes, contratação de vigias, etc. Ha medo de sair à noite. Esse leque – pequeno – retrato de algumas situações que remetem à violência. Velada ou às claras. O que fazer? A leitura de alguns trechos bíblicos me impele a escrever esta reflexão. No domingo a leitura que falava da violência utilizada por Davi para ficar com a mulher de um dos seus comandantes, Urias. Posteriormente a cilada que a mulher do rei Acab arma para Nabot porque este se recusara a vender um bem de família ao rei. Nos dois casos os reis são advertidos por profetas: Natã e Elias. Os reis percebem o tamanho de seu pecado e se arrependem. Os profetas lhes anunciam o perdão divino, mas os advertem das consequências: a violência não se afastará de suas famílias. Davi perde três filhos. Acab perde Jezabel. Todos assassinados. Castigo de seus erros. Não por desejo de Deus, mas consequência daquilo que eles, reis, fizeram. Diante da violência de muitas faces de nossos dias temos que ter consciência que isso não é permitido nem desejado por Deus. As atitudes violentas têm sua causalidade no desvio dos caminhos da justiça, da bondade, do amor. Os sofrimentos causados só poderão ser superados com a cultura da paz. Por isso o trecho instigante de Mateus 5, 20-48. Ao recordar alguns princípios da Lei Jesus vai apontando o caminho daquilo que podemos classificar de perfeição.  Um caminho a ser perseguido no sentido de que sempre podemos ser melhores do que somos. A lei do olho por olho não consegue fazer com que se abram portas para a redenção. E a sociedade parece que se contenta com a equação delito-pena. O Senhor aponta atitude quase incompreensível: se alguém te der um tapa na face direita, oferece também a esquerda! Uma orientação para ser trouxa, boboca, medroso? Não! Na verdade um horizonte: a maldade só pode ser vencida pelo bem, por uma resposta que aponte atitude de superação do desejo de vingança e busque o caminho da justiça. Há necessidade de criação de cultura que não exalte aquilo que muitos programas dos meios de comunicação propõem e dessas propostas sobrevivem. Clamando para nossas reações instintivas. As mesmas que justificam as guerras, as ditaduras, etc. A morte ou as restrições de liberdade como meio e fim. É um enorme desafio que vivemos diante das situações de fato. Parece que não temos outras saídas senão a de responder na mesma moeda as agressões. O mais grave é que parece que ficamos inermes ou, pior, nos acostumamos à agressividade até que ela cheque perto de nós. Ao lado da violência física, que fere e arranca vidas está, também, a violência da privação daquilo que é básico para a vida digna: moradia, trabalho, saúde, educação, etc. O atuar consciente dos deveres cívicos é a chave para a construção de vida social saudável e de meios para combater a maldade. Junte-se a isso a possibilidade de crer num Deus que ama e que não faz diferença de pessoas!

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